Saúde Materna: Um desafio para a saúde pública do país
A maternidade é um processo delicado para a saúde da mulher, isso porque, ela é um combo de expectativas e desafios que inclui as emoções, reações, pensamentos e atitudes que variam de acordo com suas experiências individuais.
Você sabia que cerca de 830 mulheres morrem todos os dias por complicações relacionadas à gravidez ou ao parto em todo o mundo? Estima-se que, em 2015, cerca de 303 mil mulheres morreram durante e após a gravidez e o parto. Quase todas essas mortes ocorreram em ambientes com poucos recursos; a maioria delas poderia ter sido evitada.
Dia 28 de maio, é o dia nacional de redução da mortalidade materna. Saiba a importância de dar atenção ao assunto e amplie seus conhecimentos sobre saúde materna.
Principais dados
A Organização Mundial de Saúde (OMS), na 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID10), definiu como mortalidade materna “a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais”.
Ainda, são fatores de risco para morte materna a hipertensão (pré-eclâmpsia e eclampsia), doenças crônicas agravadas durante a gestação e a obesidade, que estão associadas a desfechos maternos desfavoráveis, principalmente para mulheres negras e indígenas. Outras complicações para morte materna são os abortos inseguros, as complicações no parto, as hemorragias graves e as infecções pós-parto.
Se configura como uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, por ser uma tragédia evitável em 92% dos casos e por ocorrer principalmente nos países em desenvolvimento. O Brasil registrou, entre 1996 e 2018, mais de 39 mil óbitos maternos.
Outros dados
- A mortalidade materna é maior entre mulheres que vivem em áreas rurais e comunidades mais pobres.
- Em comparação com outras mulheres, as jovens adolescentes enfrentam um maior risco de complicações e morte como resultado da gravidez.
- Cuidados antes, durante e após o parto podem salvar a vida de mulheres e recém-nascidos.
- Entre 1990 e 2015, a mortalidade materna no mundo caiu cerca de 44%.
- Entre 2016 e 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a meta é reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 por cada 100 mil nascidos vivos.
Como mudar essas estatísticas
A maioria das mortes maternas é evitável, pois as soluções de cuidados de saúde para prevenir ou administrar complicações são bem conhecidas. Todas as mulheres precisam ter acesso a cuidados pré-natais durante a gestação, cuidados capacitados durante o parto e cuidados e apoio nas semanas após o parto. A saúde materna e do recém-nascido estão intimamente ligadas.
A pré-eclâmpsia deve ser detectada e adequadamente tratada antes do início das convulsões (eclâmpsia) e outras complicações potencialmente fatais. Administrar drogas como sulfato de magnésio a pacientes com pré-eclâmpsia pode diminuir o risco de eclâmpsia.
Para melhorar a saúde materna, as barreiras que limitam o acesso a serviços de qualidade devem ser identificadas e enfrentadas em todos os níveis do sistema de saúde.